quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

FELIZ 2016



Há 101 anos, Francisco escrevia à sua irmã,  explicando-lhe a razão da sua ausência e desejando-lhe um ano novo feliz... 




Hoje, outros como Francisco não poderão passar o ano com os seus... Lembramo-los, aqui.
Um Ano Novo Feliz!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Um postal de Boas Festas


Algures no meio de África rapazes vindos de todo o Portugal lutavam numa Guerra ... a do Ultramar ... o mais importante era voltar vivo para juntos dos seus. Com o chegar de Dezembro, as saudades apertavam de tal modo que muitos preferiam se embebedar para evitar pensar no presépio... na árvore de Natal ...na consoada...na missa do Galo...na família toda reunida. Outros, escreviam compulsivamente para casa, pedindo novidades e contando de como ali,no meio do mato, tudo era diferente ... Francisco Dantas mandou um postal de Boas Festas para a Madeira, para a sua família. Ficou guardado até hoje... são assim as coisas da memória ...





quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Quase na Festa




 in Madeira Quase esquecida 
Lapinha dos Vicentes, 1920.(Museu de Photographia Vicentes.)
Imagem retirada da publicação: «Presépios e Meninos Jesus de Ontem e de Hoje, catálogo de exposição organizada por José de Sainz-Trueva, Teatro Municipal, Dezembro 1986 / Janeiro 1987, SRTC/DRAC».(JLS)


A partir de 16 de dezembro, pelas madrugadas frias do inverno, todos os passos se arrumam ao encontro das Missas do Parto. São as  novenas da Festa, uma por cada mês da gravidez de Nossa Senhora. De manhã, muito antes do nascer do sol, os caminhos da ilha animam-se de alegrias e de festas: tocam-se búzios e os sinos das igrejas vão acordando as gentes e chamando ao culto:


Virgem do Parto, Oh Maria
Senhora da Conceição
Dai-nos as Festas Felizes
A paz e a Salvação


E depois da missa, cantada com as vozes presas da noite fria, já no adro, a festa continua, por entre o som do rajão, do machete  ou da concertina, por entre um gole de licor ou uma broa de mel…






segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Uma memória da Festa

Igreja do Curral das Freiras (foto de Cláudia Faria)
João Quintal (foto de Cláudia Faria) 
Triste, esta memória. Traz, ainda, lágrimas aos olhos. Estamos no Curral, em casa do Sr. João, homem de trabalho e de mundo, emigrante regressado de Venezuela, com uma história de sacrifícios e lutas, de clandestinidades e de sofrimentos:








- Com 7 anos, já andava por essas serras, a carregar lenhinha. Havia pobreza, menina, pobreza. Era véspera de Festa e minha mãe chorava, porque não tinha nada para pôr na mesa. E eu disse: «Vamos pedir ao Senhor Padre Vigário». E a gente foi. O senhor vigário ajudou...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Newsletter 37: por portas abertas…

Chega o dia em que temos de escolher as memórias que queremos levar connosco…
 Pedro Urbano, 2009 

Ao longo deste ano, o Memória das Gentes que fazem a História tem caminhado de porta em porta, umas escancaradas, outras semi-abertas, algumas fechadas até. Temos ouvido, dado colo a tantas histórias… lembranças de gentes como nós… Este é uma espécie de balanço… um arrumar da casa [passado]… e também um mapear [futuro] pois ainda há muito por ouvir e por recolher …

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Nós... no mundo

Manuel da Costa
Sábado passado, na Atlântida, o Manuel da Costa mostrou-se ao mundo para onde fugiu, menino ainda. Contou de lágrimas e de sonhos, de viagens e de trabalhos,  contou da sua vida...

Esteve também o Rui Nelson. O Seixal como  centro de um mundo que se faz lá fora... Que função desempenhará um Técnico de Engenharia e Arquitetura neste lugar encravado entre a montanha e o mar?

Rui Nelson
http://www.rtp.pt/play/p1738/atlantida 

Aos dois, agradecemos a colaboração com o Projeto Memória...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

AO FIO DO TEMPO


 

João Quintal. Curral das Freiras
Tarde de sol. Curral das Freiras.   João Quintal, do alto dos seus 83 anos, fala de si, da pobreza da sua meninice:
- na véspera de Natal, minha mãe chorava. Não tinha nada p'ra pôr na mesa. Fomos pedir emprestado ao Senhor Padre Vigário… Fome, menina, fome...
Da história:

Não foi à escola. Carregava lenha pelas serras e conduzia bezerrinhos, Encumeada fora… Carregou os senhores e a sua excentricidade, de rede, montanha acima, a troco de algumas patacas e de um copo de vinho… Trabalhou na construção do “furado” do Curral. O antigo. Ajudou a construir a vereda do Pico do Areeiro. Fugiu da pobreza, a salto, para França. Embarcou para a Venezuela e sossegou…

 Conta a sua história, ao ritmo da lembrança… Sem paragens. Ao fio de tempo…
Espera que 2016 ainda lhe traga força... Vai ser o festeiro. Promessa velha. A cumprir, se Deus quiser.
[Entrevista realizada a 1/12/2015]