sexta-feira, 30 de maio de 2014

Faz, hoje, 50 anos...






O Manuel Alexandre foi o primeiro colaborador do Projeto Memórias. Sem reservas, abriu-nos a sua vida, como se se tratasse de um livro. Trazia o orgulho daqueles homens que, apesar de todos os medos, nunca desistiram de procurar o futuro. Embarcou menino e fez-se grande na solidão de outros lugares. Viu mudar o país que o acolheu e regressou à ilha, à procura da segurança que a África do Sul já não lhe dava. Hoje, 50 anos depois do embarque e da vontade de saltar para o cais, no momento em que o Vapor do Cabo o afastava do pai e da professora que, em terra, lhe diziam adeus, Manuel - o Cabeiro - ensina que, não obstante todos os pesares, vale a pena procurar os sonhos. A ele e, por ele, a todos os que, um dia, tiveram de partir, a homenagem das Memórias das Gentes que fazem a História.  

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Newsletter n.º 17: Memória de lugares ou os lugares da Memória

O conceito de “Lugares da Memória” aparece com Pierre Nora, no fim da década de 70 do século XX, com o intuito primeiro de preservar a memória nacional [leia-se francesa] e da necessidade de inventariar os lugares onde ela se encontrava presente: nas terras, nos documentos, nos símbolos, nas festas, nos monumentos, nas comemorações…
Este conceito, porém, reveste-se de um outro aspeto que  não interessava muito à História: os afetos: só é lugar de memória se a imaginação o investe de aura simbólica (…) só entra na categoria se for objeto de um ritual. Mesmo um minuto de silêncio, que parece o extremo de uma significação simbólica, é, ao mesmo tempo, um corte material de uma unidade temporal e serve, periodicamente, a um lembrete concentrado de lembrar (…) (NORA, 1993).
É com os olhos postos nesta teoria que, nesta publicação, evocamos, hoje, um lugar da ilha que, este ano de 2014 comemora o primeiro Centenário da sua elevação a Município: Ribeira Brava.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

... que quanto a nós, vamos bem, graças a Deus


Começa assim a carta que recebemos, por mail, de um aluno da Escola da Torre... Encontrou-a, no meio de coisas... Quis participar deste projeto em que a Memória Individual se revela essencial para compor a Memória Coletiva. As cartas de antes começavam assim. Como se se tratasse de um protocolo de escrita que mantinha a ilusão de que tudo estava bem, de que, no lado de lá, se pensava na ilha, se vivia na preocupação de quem tinha ficado. A quem nos enviou mais este exemplar, o nosso agradecimento. Continuamos à espera de mais cartas, de mais memórias, de mais documentos, de mais histórias de vida. Venha ter connosco. contacte-nos...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Em maio... outra história

Casaram em maio de 1954, em Famalicão: Augusto António, nascido e criado no Socorro e Maria Fernanda que, no longe que distava a ilha do continente, recebia, por marido,  um miúdo de 18 anos que ali chegara sozinho, cheio de sonhos e com um cacho  de bananas na bagagem.
Hoje, Dia Internacional das Histórias de Vida, apresentamos um episódio desta vida. O mais significativo, talvez:

 
Casamento de Augusto e Fernanda [foto doada por Augusto Sousa]
 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Fátima, no Ultramar

 
 
 
 
Em maio, no Ultramar, a devoção a Nossa Senhora também se fazia sentir. António, em Angola, fazia-se fotografar, na capela e mandava à sua namorada - ou madrinha, ou noiva - esta memória da saudade:



quinta-feira, 8 de maio de 2014

Outras imagens de maio

Doação de Fátima
Dentro de envelopes. Em caixas velhas de antigamente, à espera de um destino qualquer. Já sem nome. Já sem lembranças.
- Não sei quem são estas pessoas...
- Deve ser...

Ficaram as imagens que, hoje, associamos ao mês de maio. As noivas. As meninas da primeira comunhão.


Doação de Teresina Teixeira

segunda-feira, 5 de maio de 2014

IMAGENS DE MAIO

Doação de Teresina
Em maio as flores. As de antes. A juventude. que já não é. A memória. Num braçado de campo.



Doação de Manuela Cunha
E ficaram palavras velhas de um 1º maio festejado no campo, nos Pinheiros, no longe da Ponta do Sol, na inocência de raparigas e de rapazes que, juntos, festejavam a primavera.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

1º de Maio - Procissão do voto

maios...
Estas são Memórias das Gentes, Memórias da Cidade:
hoje, 1º de maio, cumpriu-se o voto, outra vez. A Primavera enfeitou de sol e jacarandás as ruas velhas da cidade que abriram as janelas para ver passar a Procissão. No século XVI, por ocasião da peste, as sortes caíram em São Tiago Menor. A ele cabia proteger a cidade.



Hoje, como desde essa altura, na memória das gentes que alinharam os passos atrás do andor, a frase do Guarda-mor da Saúde:

" Senhor, até aqui, guardei esta Cidade como pude; não posso mais, aqui tendes a vara, Sede vós o Guarda da Cidade."





São Tiago Menor


Foi assim esta manhã. 
 
Nas janelas... as colgaduras...