segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Newsletter nº 13 - Um ano de Memórias

Por entre memórias, percorremos o tempo, à procura de outras histórias para a história da ilha. Durante um ano, redondo, fomos partilhando informações, deixando recados do passado, trazendo, ao presente, retalhos de vidas, de situações, de medos e de coragens, de fugas e de sucessos. 

Histórias ... de vida


De Augusto, do lado de lá do mundo, chegou-nos este texto:
 
Melbourne, 04 de dezembro de 2013

Nasci na zona do Calhau, como se dizia nos anos 40. Ali, viviam pescadores e bomboteiros, lado a lado com gente de “sangue azul” – os Ferras, o Coronel Pereira, os Rodrigues da casa alta, os Abreus...

Augusto (o rapaz mais velho)  e a família- Forte de São Tiago
Desde muito pequeno que, para mim, as fronteiras do Calhau eram a Igreja do Socorro e a ponte do Mercado. Daí para a frente, moravam os meninos ricos e nobres da cidade do Funchal. Eu e meus pais morávamos no Beco do Socorro, mesmo por cima do mar da Barreirinha, onde eu, todos os dias depois da escola, ia correndo em shortes de banho, para os vizinhos não me verem.

Ao lado da nossa casa, viviam o Joãozinho Sem Maldade e a Luisinha, o Gordaça e a Menina Nazaré, os Serveteiros, a Mariazinha da Braza e as suas quatro filhas lindas, uma das quais, a Cristina, foi a minha primeira paixão.

E havia os amigos – os Japoneses, os filhos do Cambado, os Canexas, entre outros que me acompanhavam nos banhos de mar e na Bilhardeira, um jogo que, hoje, me faz lembrar o Cricket inglês

(continua)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O "DESENHO" DA GUERRA



Ontem, entrevistámos  José Faustino Diogo – professor aposentado, músico, homem de negócios. Por entre lugares da vida – o Faial, o Funchal, o Porto Santo e Moçambique, foi contando a sua história...

 Na parte da guerra do Ultramar, pegou numa folha branca, numa caneta e foi desenhando a geografia dos sentimentos, o esquema das operações, as lógicas  das vivências...
Fotografámos essa folha. É o desenho de um ano de vida de um rapaz que, como todos os outros,  partiu...  Estávamos em  1973.
Rabiscos feitos por José Diogo, durante a entrevista

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


 
João Vieira
DATA: 10-01-2014                                  HORA:       10                     LOCAL: CEHA
 
 
Nome : João António Dias Vieira
 
Assuntos: História de vida / Guerra do Ultramar
 
GRAVAÇÃO : SIM __X___ / NÃO ______       
 
 DOCUMENTAÇÃO: SIM __X___ Qual? Album de fotografias – tropa
                                    NÃO________




À água
J. A. Vieira foi o nosso último entrevistado. Além das fotografias, trouxe-nos memórias de Moçambique, retratos de gente cujo nome não sabe , mas que lhe ensinou que há mundos diferentes do nosso, cheiros diferentes dos nossos, sonhos diferentes dos nossos.

No correr das folhas do álbum da guerra, foi contando o tempo...

Lembranças? Muitas. Saudades? Também.  

Troféus

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

RETRATOS ...

... de Moçambique
Pormenor da capa do álbum fotográfico

Generoso, o Sr. Vieira fala de si, da guerra que foi fazer a Moçambique, das imagens que não esquece e da alma nova que trouxe de lá.

Na primeira página daqueles retratos de 1971, um dos novos heróis pátrios. O próprio. Com o olhar preso na distância de um futuro que pode (ou não) começar ali, de uma uma vida que pode (ou não) acabar ali.


 1ª página

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O ultramar dentro de um álbum


Um álbum de fotografias costuma guardar o tempo. Cada página tem uma história que, por razão do momento, se quis guardar.

Recebemos este álbum da mão do Sr. Vieira. Contém Moçambique: as gentes, a guerra, a juventude, as saudades, os medos. Revela-nos uma memória – mais uma – do Ultramar, de homens e de armas, de cheiros,

- o cheiro do capim molhado fica para sempre em nós,

de mulheres, de camaradas,

- dependíamos uns dos outros,

da vida.

Ainda não nos tinha aparecido um álbum assim: específico para aqueles 25 meses – foi o tempo do Sr. Vieira – longe daqui, na tropa. Desvendaremos alguns destes retratos. Devagar. Porque é de vagar que a memória é feita.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Memórias do mar


Das memórias das gentes, há histórias menos felizes. Um dia – podia ser hoje – o mar encapelou-se. O céu desfez-se, líquido, sobre a cidade. Estamos na foz da ribeira de S. João. Há de ser inverno. A Gruta – que ainda era restaurante – mirava a força das ondas. À frente, a Pontinha segurava os barcos...

 
 
Fotografia cedida por Sílvio Fernandes  

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

outras memórias


Por entre as memórias da ilha, fica o tempo. Hoje, apenas para evocar lembranças que ainda moram no longe das nossas casas, duas fotografias quase etnográficas. São parte do presépio que os Bombeiros da Calheta construíram este ano. Outras memórias.

Dentro das nossas casas  guardam-se papéis. A história. A da sua família. A da Madeira. 
Venha ter connosco, sim?   


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

APELO DE ANO NOVO


De regresso. Desta vez, para lembrar que continuamos à sua espera. E para lhe dizer que precisamos da sua participação: 2014 é o seu ano!

Guarda ainda as cartas e os aerogramas do tempo em que Angola, Moçambique, Guiné , ... faziam parte da nossa vida, da nossa história, dos nossos medos e das nossas coragens?
O projeto Memória das gentes que fazem a História gostaria muito de as estudar, de perceber a humanidade que aquela guerra guardou, de entender as palavras com as quais a ilha se escreveu nesse período do nosso passado.

E  cartas, documentos antigos, fotografias ou histórias que, se não contar, vão morrer consigo? Tem? Por favor, contacte-nos!

Venha ter connosco. Venha contar-nos a sua história. Estamos na Rua das Mercês, nº 8. Telefone-nos: 291214970.

 
Desejamos-lhe um Ano muito feliz! A sua participação no nosso projeto é muito importante: para nós, para si, para a ilha, para a ciência.