sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Mudámos de "casa"

O nosso blogue vai mudar de casa. A partir de hoje, estaremos presentes num novo espaço, mais dinâmico e abrangente, procurando responder, de forma objetiva, às novas dimensões do projeto “Memória das Gentes que fazem a História”: Nona Ilha e Autonomia. Aqui saberá todos os detalhes e desenvolvimentos do trabalho; conhecerá as várias histórias de vida, os protagonistas, as lembranças, os momentos marcantes, quer na ilha fazendo o caminho da Autonomia, quer lá fora, acompanhando a Diáspora. Aqui daremos conta das vidas de gente como nós. Também a partir de hoje, o Memória estará disponível no Twitter. Junte-se a nós!!

Juntos fazemos a História da Madeira. 

Novo endereço web: http://memoriadasgentes.ml 

Twitter: https://twitter.com/memoriadagente

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

em busca...


Hoje, vamos ao Faial. Vamos ouvir a vida contada na primeira pessoa. Uma história ligada à emigração. Vamos saber de um sonho ... e da força de realizar esse sonho!




( fotos retiradas do facebook do Museu Família Teixeira) 



Estamos à espera da sua história!!! 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

PROJETO DE ANO NOVO


Ainda em tempo de votos de Feliz Ano Novo, fazemos nossas as palavras da jornalista do Público, Ana Cristina Pereira, em artigo do Diário de Notícias de ontem.


«É um processo  interessante isto de tentar reconstruir e contextualizar um momento que não se viveu ou que se viveu quando ainda não se tinha consciência. É outra forma de olhar para a História, como diz o historiador Alberto Vieira, investigador-coordenador do Centro de Estudos de História do Atlântico, que quer fazer da História da Madeira um caso exemplar de História de todos e não de  alguns.
Só esbarrei nela em 2015, mas parece-me preciosa esta ambição de fazer com que a “História vista de baixo” complete a “História vista de cima”.  A equipa do projecto “Memórias das gentes que fazem História” sabe que o tempo apaga e confunde, que o que recolhe é um olhar pessoal sobre a vida, o quotidiano, alguns acontecimentos históricos, mas também sabe que tudo isso tem valor para entender quem somos».  

Tem memórias, «postais, cartas, fotografias, vídeos, diários ou outros documentos e gostaria de participar neste processo»? 

Esteve emigrado? Estamos à espera da sua história. 

JÁ PENSOU QUE A HISTÓRIA DA SUA VIDA PODE SER FUNDAMENTAL PARA A HISTÓRIA DA MADEIRA?

« Pode ser uma resolução para 2016. Por que não?» 


quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

FELIZ 2016



Há 101 anos, Francisco escrevia à sua irmã,  explicando-lhe a razão da sua ausência e desejando-lhe um ano novo feliz... 




Hoje, outros como Francisco não poderão passar o ano com os seus... Lembramo-los, aqui.
Um Ano Novo Feliz!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Um postal de Boas Festas


Algures no meio de África rapazes vindos de todo o Portugal lutavam numa Guerra ... a do Ultramar ... o mais importante era voltar vivo para juntos dos seus. Com o chegar de Dezembro, as saudades apertavam de tal modo que muitos preferiam se embebedar para evitar pensar no presépio... na árvore de Natal ...na consoada...na missa do Galo...na família toda reunida. Outros, escreviam compulsivamente para casa, pedindo novidades e contando de como ali,no meio do mato, tudo era diferente ... Francisco Dantas mandou um postal de Boas Festas para a Madeira, para a sua família. Ficou guardado até hoje... são assim as coisas da memória ...





quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Quase na Festa




 in Madeira Quase esquecida 
Lapinha dos Vicentes, 1920.(Museu de Photographia Vicentes.)
Imagem retirada da publicação: «Presépios e Meninos Jesus de Ontem e de Hoje, catálogo de exposição organizada por José de Sainz-Trueva, Teatro Municipal, Dezembro 1986 / Janeiro 1987, SRTC/DRAC».(JLS)


A partir de 16 de dezembro, pelas madrugadas frias do inverno, todos os passos se arrumam ao encontro das Missas do Parto. São as  novenas da Festa, uma por cada mês da gravidez de Nossa Senhora. De manhã, muito antes do nascer do sol, os caminhos da ilha animam-se de alegrias e de festas: tocam-se búzios e os sinos das igrejas vão acordando as gentes e chamando ao culto:


Virgem do Parto, Oh Maria
Senhora da Conceição
Dai-nos as Festas Felizes
A paz e a Salvação


E depois da missa, cantada com as vozes presas da noite fria, já no adro, a festa continua, por entre o som do rajão, do machete  ou da concertina, por entre um gole de licor ou uma broa de mel…






segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Uma memória da Festa

Igreja do Curral das Freiras (foto de Cláudia Faria)
João Quintal (foto de Cláudia Faria) 
Triste, esta memória. Traz, ainda, lágrimas aos olhos. Estamos no Curral, em casa do Sr. João, homem de trabalho e de mundo, emigrante regressado de Venezuela, com uma história de sacrifícios e lutas, de clandestinidades e de sofrimentos:








- Com 7 anos, já andava por essas serras, a carregar lenhinha. Havia pobreza, menina, pobreza. Era véspera de Festa e minha mãe chorava, porque não tinha nada para pôr na mesa. E eu disse: «Vamos pedir ao Senhor Padre Vigário». E a gente foi. O senhor vigário ajudou...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Newsletter 37: por portas abertas…

Chega o dia em que temos de escolher as memórias que queremos levar connosco…
 Pedro Urbano, 2009 

Ao longo deste ano, o Memória das Gentes que fazem a História tem caminhado de porta em porta, umas escancaradas, outras semi-abertas, algumas fechadas até. Temos ouvido, dado colo a tantas histórias… lembranças de gentes como nós… Este é uma espécie de balanço… um arrumar da casa [passado]… e também um mapear [futuro] pois ainda há muito por ouvir e por recolher …

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Nós... no mundo

Manuel da Costa
Sábado passado, na Atlântida, o Manuel da Costa mostrou-se ao mundo para onde fugiu, menino ainda. Contou de lágrimas e de sonhos, de viagens e de trabalhos,  contou da sua vida...

Esteve também o Rui Nelson. O Seixal como  centro de um mundo que se faz lá fora... Que função desempenhará um Técnico de Engenharia e Arquitetura neste lugar encravado entre a montanha e o mar?

Rui Nelson
http://www.rtp.pt/play/p1738/atlantida 

Aos dois, agradecemos a colaboração com o Projeto Memória...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

AO FIO DO TEMPO


 

João Quintal. Curral das Freiras
Tarde de sol. Curral das Freiras.   João Quintal, do alto dos seus 83 anos, fala de si, da pobreza da sua meninice:
- na véspera de Natal, minha mãe chorava. Não tinha nada p'ra pôr na mesa. Fomos pedir emprestado ao Senhor Padre Vigário… Fome, menina, fome...
Da história:

Não foi à escola. Carregava lenha pelas serras e conduzia bezerrinhos, Encumeada fora… Carregou os senhores e a sua excentricidade, de rede, montanha acima, a troco de algumas patacas e de um copo de vinho… Trabalhou na construção do “furado” do Curral. O antigo. Ajudou a construir a vereda do Pico do Areeiro. Fugiu da pobreza, a salto, para França. Embarcou para a Venezuela e sossegou…

 Conta a sua história, ao ritmo da lembrança… Sem paragens. Ao fio de tempo…
Espera que 2016 ainda lhe traga força... Vai ser o festeiro. Promessa velha. A cumprir, se Deus quiser.
[Entrevista realizada a 1/12/2015]

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ficou para trás....


Os dias eram passados nesta sala ... o trabalho era minucioso mas M sentia-se "como um peixe dentro de água" ...
Um dia recebeu uma proposta para se inscrever num curso e tirar o diploma de eletricista. M ficou entusiasmada mas, à medida que os dias foram passando, o medo tomou conta dela e amansou a euforia.  M. recusou o convite ... ficou para trás um sonho ... ficou para trás uma lista com um M de mulher que poderia ter sido quiçá a primeira eletricista diplomada na Madeira...







sexta-feira, 27 de novembro de 2015

NÓS… NO MUNDO



Ontem, o Manuel foi entrevistado para a Atlântida da semana que vem.







Já o Augusto tinha sido, na semana passada ( http://www.rtp.pt/play/p1738/atlantida).

O Projeto Memórias das Gentes que fazem a História apresenta-se ao mundo. Cheio de histórias e de notícias de outros tempos, de uma Madeira que, um dia, se fez ao mar e foi.
 
Augusto contou de necessidade de mudar a vida; o Manuel contará do medo da guerra colonial; Augusto falou do Brasil e da Austrália; o Manuel contará de uma África do Sul dividida; Augusto já era um homem, Manuel era um menino…


 
Esperamos, agora a sua história… Ficamos à espera do seu contributo para que a História da emigração se escreva… INTEIRA...
Contacte-nos, sim?

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Clandestinos

Às vezes, era uma aventura; muitas vezes,   desespero...
Às vezes, dava certo; outras vezes, eram apanhados e presos...
Às vezes, valia a pena; outras...


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Afinal, não era o El-Dorado


Tinha quinze anos quando se casou. O noivo regressou para a Venezuela onde vivia desde criança, deixando-a menina casada, sob o olhar dos pais, dos sogros e das gentes da freguesia.
Havia de regressar dois anos depois, para a vir buscar...
Foram no Santa Maria. Custou-lhe a despedida da mãe e das irmãs que ficaram na ilha, mas foi contente... Nunca tinha vista uma coisa assim. Refere-se ao barco: às salas de baile, as piscinas. Sabiam que, nos outros andares havia festas. Eles, porém, em Terceira classe, falavam da vida, das dificuldades, da esperança.
Quando Ermelinda chegou a Caracas ,  ficou “chocada”. A vida era dura, as condições precárias, viviam com outras pessoas, na mesma casa. A Venezuela, afinal, não era o El-Dorado... 

Naquela altura, porém,  os emigrantes ajudavam-se muito uns aos outros. Chegavam lá sem dinheiro mas havia sempre quem estivesse disposto a ajudar, a dar sociedade num negócio para possibilitar começar a vida. E recomeçar. No duro.
Teve muitos filhos. Muita vontade de regressar. A sua casa era na ilha.
Chama-se Ermelinda. E tem ainda a força da vida. É uma das nossas colaboradoras do Projeto Memórias...
A última viagem. A de regresso.
 
 
 

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

As Fronteiras da Mobilidade



Nos dias 12 e 13 de novembro estivemos a debater as Fronteiras da Mobilidade ... as portas estiveram abertas ...

fica aqui o registo de alguns momentos 






segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Newsletter 36. Mobilidades

"Na fronteira das mobilidades, naquele lugar exato onde o partir e o chegar se encontram, num tempo presente, com representações do passado e uma vontade imensa de futuro, mora a vida de tantos homens e de tantas mulheres que, um dia, saíram da sua terra, em busca de uma vida melhor."

No CEHA, dias 12 e 13 de novembro, com entrada livre a todo o público interessado, debateremos questões de mobilidades, de fronteiras – naturais, reais ou imaginárias; refletir-se-á sobre os novos conceitos que emergem do (des)equilíbrio entre migrantes e nativos, nas implicações que a (in)constante mobilidade vem trazer para o espaço geográfico, social, cultural e literário. Falar-se-á de memórias transfronteiriças, de escritas, de imigrantes, de doentes, de linguística, de saudade e de ilha(s).