Já casado, decide partir para a Venezuela, à procura de
futuro. Tem lá um irmão que o manda chamar. .. Pede, então, dinheiro ao tio
padre, para a viagem. Tinha de passar em Lisboa por causa do visto. Mas o visto
demorou. Demasiado tempo.
E o dinheiro para se manter em Lisboa – por mais humilde que
fosse a pensão – acabou. Era preciso mais uma remessa. Escreveu, então, uma
carta que chegou ao destinatário uma semana depois. Demasiado tarde.
Não havia outra solução, senão vender um dos dois valores
que levava: a aliança do casamento ou a guitarra. Vendeu a..... aliança.
Ele morreu, mas a
guitarra permanece. Sentada . Ainda guarda a mesma corda que lhe abraçou
as noites duras dos primeiros tempos em Venezuela:
- o meu pai tirava areia de um rio e dormia sobre sacas, mas
nunca deixou de cantar o fado.
A vida mudou. Como outros emigrantes, João construiu a vida.
Levou consigo a familia. Conheceram treze casas. Porque à procura do lugar
melhor. Sempre de passagem.
O seu lugar era aqui. E voltou. Para ficar. Logo que pôde,
comprou outra aliança. Mas foi fiel à
guitarra. E ao fado. E à família. E ao
seu lugar.
A guitar
Our tale of
today tells about Fado. Joao´s daughter remembers her father so well – a gardener,
who during the 40s, went away chasing his dreams.
He was
already married when he decided to leave Madeira. He wanted to go to Venezuela
because he had already a brother there. He asked for a loan to one of his
uncles, who was a priest. João had to stop for some days in Lisbon waiting for
the visa.
The days
passed and he spent all the money. He wrote a letter back home asking for more
money but it took too long to get to Madeira.
He had no
other choice. He needed money desperately and the solution was either to sell
the wedding ring or the guitar. He decided to sell ….. the wedding ring.
João is
already dead. His daughter still keeps his guitar … the one that helped him
endure the long and harsh nights in Venezuela:
-
My
father used to work in the river…. he collected sand…. and he used to sleep on
the top of the sand sacks … and he never stopped singing Fado.
Life has
changed. Like most of Madeira emigrants, João struggled hard to build his own
life. He sent for this family after a while. They were always on the move: they
have lived in 13 different houses… always rolling.
But he
belonged here and so he came back. As soon as possible, he bought another wedding
ring. He never ever sold his guitar, though. Nor will his daughter!!
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