O verbo tem vários tempos. A vida tem vários tempos. O tempo
tem várias vidas. E a guerra? Quantos tempos tem a guerra?
Poderá parecer estranho mas a guerra não tem tempo, porque
quem vai à guerra sabe da eternidade que carrega para todo o sempre.
No entanto, cada militar fazia a (sua) contagem do tempo – e a
contagem do tempo era apenas uma só – os dias que faltavam para regressar a
casa.
Ao longo destes meses, temo-nos deparado com estratagemas,
pequenos truques de como registar de forma visível [tal como uma tatuagem] o
passar dos dias.
Partilhamos aqui alguns desses calendários de guerra. Sim. São
calendários. Não tem fotos de paisagens nem meninos ou meninas com caras de
anjo mas guardam a paisagem de quem espera o fim do inverno e o regresso da
primavera.
What is the length of a war?
A verb has different
tenses. A life has different times. And time has different modes of living. And
what about war? What is the length of a war?
Odd as it may
seem, war has no time. All those who have been into war know how eternal it is
for once you have been in a war you will shoulder it forever.
However, each
soldier counted time on its own – but the counting of the days meant only one
thing – the days missing to return back home.
During these
past months, we have come across different tricks and strategies to register
the passing of days so as to make it visible [just like a tattoo].
We share here
some of those war calendars. Yes, they are homemade calendars. They have no
landscapes and no photos of baby angels but they mirror the hope of those who anxiously
waited winter to end and the return of spring.
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