Na Rua dos Ferreiros, que foi outrora, Rua do Comércio, a arquitetura marca o tempo. As casas são memórias de vidas e de negócios. Guardam a alma da cidade, atrás dos ferros das varandas, atrás dos olhos das janelas...
Perdemos o hábito de pousar o nosso olhar nessas memórias que ainda vivem no seio da cidade. Esta que a Cláudia Faria registou, enquanto esperava por outras, mais próximas de nós... e que para fevereiro desvendaremos...
Ver-se-ia o mar daquela torre?
quinta-feira, 29 de janeiro de 2015
segunda-feira, 26 de janeiro de 2015
EM ESPERA
Algures, na cidade, numa mansarda que o tempo esqueceu,
moram histórias escondidas…
Naquele tempo, o bordado era o outro lado da vida, aquele
que permitia (sobre)viver à luta de cada dia, na conquista do pão que a terra
(nem sempre) dá.
Hoje, nesta casa de bordados que já não o é, estão memórias:
são objetos, restos de linho, selos espalhados pelo chão, luzes azuis de anil,
cheiros de infância…
É o tempo em modo de espera. Cristalizado. Bem no centro do Funchal.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2015
uma pequena descoberta ....
O número cinco da revista ORBIT de 1963 apresenta na capa uma florista da Madeira ... e Albert R. Perkins, repórter americano em visita à ilha das flores, na companhia da sua mulher, Jane, dedica quatro páginas à nossa ilha ... à passagem de ano, ao fogo de artificio, às piscinas do Lido, ao Mercados dos Lavradores e, por fim, à construção da pista do aeroporto... que nesse ano ... arrancava finalmente... aumentando as expetativas quanto ao número de visitantes.....
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domingo, 18 de janeiro de 2015
Newsletter 24. Rebelo Quintal: Um Homem. A História
Ao iniciar 2015, o Projeto Memória das Gentes que Fazem a História inaugura uma nova série de Newsletters dedicadas à História da Madeira, a partir do olhar de homens e de mulheres que, de algum modo, contribuíram para construir aquilo que é, hoje, a História da Região Autónoma da Madeira.
Faz-se memória. Dos acontecimentos. Das pessoas. Dos ditos e dos não-ditos. Na Biblioteca Pública Regional, uma exposição deu a conhecer a doação da Biblioteca Dr. Rebelo Quintal. Foi esse o pretexto para esta Newsletter. O que aconteceu na Madeira, ao longo do tempo que durou a vida de António Manuel Rebelo Pereira Rodrigues Quintal? Que acontecimentos marcaram a terra onde nasceu, viveu e morreu, desde o início da década de 30 do século XX e o início do século XXI (2013).
Faz-se memória. Dos acontecimentos. Das pessoas. Dos ditos e dos não-ditos. Na Biblioteca Pública Regional, uma exposição deu a conhecer a doação da Biblioteca Dr. Rebelo Quintal. Foi esse o pretexto para esta Newsletter. O que aconteceu na Madeira, ao longo do tempo que durou a vida de António Manuel Rebelo Pereira Rodrigues Quintal? Que acontecimentos marcaram a terra onde nasceu, viveu e morreu, desde o início da década de 30 do século XX e o início do século XXI (2013).
quinta-feira, 15 de janeiro de 2015
... um azul de anil
Janeiro tem manhãs de céu azul ... cristalino ... e o sol, mesmo mais alto, aquece a cidade ... e quem se dispõe a observar a vida que corre à sua volta, tropeça, quiçá, num qualquer tesouro escondido...numa história por desvendar... num sonho interrompido...
e, assim, como que por magia, encontramos .... um outro azul [anil] que nos transportou, de imediato, a outros tempos ... às linhas, ao linho branco, às tardes mornas de trabalho, durante as quais a minha avó insistia em me ensinar a pegar na agulha e a fazer garanitos....
segunda-feira, 12 de janeiro de 2015
Um postal... de ontem
Há gavetas que guardam o tempo. Mesmo sem memória, porque não se conhece as pessoas, porque não se conhece o sentido, porque ninguém sabe o significado deste postal que a Cláudia encontrou por entre retratos velhos, de gente que já só mora dentro da família. Sabe-se apenas que Maria de Nóbrega recebeu este postal da irmã, Elvira de Nóbrega, ausente na Austrália. Mais nada.
De repente, uma história. Que segredos contarão estes jovens? De que falam? O que pretexta este chá? e o romantismo juvenil da mesa posta? O que contará este postal? E a porta aberta para o futuro?
Postal do espólio de Cláudia Faria |
De repente, uma história. Que segredos contarão estes jovens? De que falam? O que pretexta este chá? e o romantismo juvenil da mesa posta? O que contará este postal? E a porta aberta para o futuro?
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
agora e no passado.....
Hoje recuamos ao século XIX ... a meados do século mais concretamente... a um tempo em que a cidade do Funchal, cosmopolita e vibrante, preenchia o seu dia-a dia com a chegada e a partida de estrangeiros ... maioritariamente ingleses... e relembramos um caso polémico... de perseguição religiosa..
Robert Kalley (1809- 1888) médico escocês chegou à ilha em 1838 e cedo se tornou popular, não apenas devido às consultas grátis que dava mas também porque acolhia em sua casa, ao Vale Formoso, todos os que queriam aprender a ler a escrever. Fundou assim "escolas de primeiras letras’ em diversas partes da Ilha, onde a alfabetização se baseava no estudo da Cartilha e na versão vernácula da Bíblia.
Robert Kalley (1809- 1888) médico escocês chegou à ilha em 1838 e cedo se tornou popular, não apenas devido às consultas grátis que dava mas também porque acolhia em sua casa, ao Vale Formoso, todos os que queriam aprender a ler a escrever. Fundou assim "escolas de primeiras letras’ em diversas partes da Ilha, onde a alfabetização se baseava no estudo da Cartilha e na versão vernácula da Bíblia.
Kalley e todos os que frequentavam a sua casa e as suas aulas foram perseguidos, os seus bens vandalizados e foram inclusivamente alvo de processo da Câmara Eclesiástica que os acusou de heresia.
O ponto mais alto da perseguição registou-se no dia 9 de agosto de 1846, quando uma enorme multidão de populares furiosos cercou e invadiu a casa do médico. Kalley conseguiu escapar, refugiando-se na casa do Cônsul britânico, que o aconselhou a sair imediatamente da Ilha. Disfarçado de mulher e conduzido numa rede, Kalley embarcou num navio inglês que se encontrava no Funchal rumo à América...
segunda-feira, 5 de janeiro de 2015
De regresso... em Dia de Reis
De volta. À procura de mais memórias das Gentes que fazem a História. Em véspera de Reis...
Apenas para recordar.
Das Festas, Romarias e Devoções da Madeira, de Manuel da Gama, p. 362:
REFRÃO
E vós bem sabíeis
Apenas para recordar.
Das Festas, Romarias e Devoções da Madeira, de Manuel da Gama, p. 362:
Eu venho cantar os Reis
À porta do meu vizinho.
Eu venho cá perguntar
Se a garrafa está vazia.
E vós bem sabeis
Que por estes dias
Se cantava os Reis.
Abri-nos a porta.
Afastai os bancos.
Que aqui vem uns Reis
De cabelos brancos.
Eu venho de lá tão longe
Cansadinho do caminho.
Ó vizinho abra-me a porta,
Dê-me um copinho de vinho.
Eu venho de lá tão longe
Venho sempre à beira-mar
Ó vizinho abra-me a porta
Se tem vinho p'ra tomar.
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