(n. Caracas,
1952)
1957 – 1ª vinda à Madeira –
paquete Vera Cruz:
“Ao chegar cá é que não gostei
muito do que vi. Tínhamos de fazer o transbordo para uma pequena lancha que,
por sua vez, nos levava até ao cais, porque na época não existia o molhe da
Pontinha e isso assustou-me um pouco.”
“(...) lá fomos nós, rumo a Machico.
(...) Fomos num táxi daqueles antigos, descapotáveis, que eram usados para
transportar turistas. Aquela viagem durou quase duas horas. Aquelas estradas
eram tão estreitas, com tantas curvas, para uma criança como eu, era uma
autêntica aventura. O mais divertido era quando passávamso pelas pessoas e elas
gritavam: “olha os ingalêses (...)”
Sobre a Escola:
“Guardo na memória os exames
(...) O que mais nos impressionava era o ambiente, que parecia um tribunal,
pois testemunhavam os exames o embaixador de Portugal, o Cônsul de Portugal, o
director do colégio e todos os professores. (...) Depois de acabar a escola (digo acabar, porque
se eu quisesse continuar, teria de vir para Portugal), mudámo-nos para outra
cidade (...) de Caracas fomos para La Guaira, onde o meu pai abrira umapadaria,
na qual eu fui trabalhar ao balcão durante quatro anos”
1968 - O regresso
(...) A ideia de voltar não
agradava a mim nem à minha irmã mais nova (...). Desta vez o navio já acostou
na Pontinha(....). (Alguma coisa tinha evoluido na Madeira). E lá estavam os
nossos familiares à nossa espera. Foi um choque (...). O grupo quase parecia
saído de um lar de terceira idade. Achei tudo muito mais pequeno do que da vez
anterior. Parecia impossivel que naquelas ruas pudesse caber um carro. (....)
tudo era pequeno demais.
Os anos seguintes foram de
aprendizagem, já que tudo era novo para mim (...) .
T’s life story pieces
(Kindly shared with us)
(born in Caracas,1952)
1957 – 1st trip to
Madeira – on board Vera Cruz:
“ when I first came I did not
like Madeira very much. We had to board into a small rowing boat which took us
to the pier, because at that time there was no harbor in Pontinha and that
scared me a lot”.
“(…) then, we went to Machico.
(…) we took a taxi, a convertible car that was used to transport tourists. It
took us three hours to get there. The roads were narrow and winding but, for
me, a young child, it was a lot of fun. I really enjoyed passing by and
listening to the people saying: look,
there go the English (…)
About the school:
“I remember the exams (…) the
atmosphere was heavy, it seemed like a court because the Portuguese Ambassador,
the Portuguese Consul, the School Master and all the teachers used to be
present (…) then, when I finished school (if I have wished to carry on studying
I would have been obliged to come back to Portugal) we moved to another city
(…) we moved from Caracas to La Guaira where my father established a Baker’s. I
worked there for four years.
1968 – the return:
(…) Me and my younger sister we
did not want to come back (…) this time, however, the vessel anchored at
Pontinha (…) . (Some progress was evident after all). Our family was there
welcoming us. What a shock to look at them and realize they seemed to have just
left the elderly shelter, all too old. Besides, everything seemed now much
smaller than before. How could cars circulate in these narrow streets? (…)
everything was too small indeed.
During the following years I have
learned to live a new life (…)
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