No mato, muito para lá dos sonhos, os rapazes esperam.
África é uma prisão. O tempo passa no vagar do medo, na saudade de quem ficou
em casa, na ilha, no adiamento do futuro.
O furriel madeirense mostrou-nos o seu diário da guerra. Num
Bloco de notas, entre letras de músicas e registos pessoais, fomos desvendando
os segredos da caserna, conhecendo os camaradas de companhia, percebendo os
quotidianos e a importância de cada acontecimento.
O Araújo mostrou-nos as suas notas, momentos de um rapaz que a Pátria mandou para longe,
pedaços de uma história que vamos construindo, apoiados nos afetos e nas
memórias, no espírito de aventura e no medo de não voltar.
Regressou vivo e bem. Como na prece do poeta de O Menino de
Sua Mãe:
Que volte cedo e bem
(Fernando Pessoa)
Goodbye! See you soon!
The boys
waited hidden in the middle of the African jungle. There are no dreams there.
Africa is a prison. Time is stuck with fear and memories of home and of the
island almost fade away. Future has been postponed.
The Madeiran
official has shared his war diary with us. It is a notebook where personal
records are mixed with lyrics of songs. In the middle of these, we came across
the secrets of the barracks and we were introduced to the company members and
discovered the everyday habits and the importance of each event.
Araújo has
showed us his notes, records of a boy that Portugal has sent to the far distant
colonies to fight a war. This is a part of our history, memories embodied with
affection and tenderness and also in fear: not coming back!
He has come
back! Safe and sound! And as the poet has written:
Somewhere out there, at home, they are praying
So that I come back home alive.
( Fernando Pessoa)
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