segunda-feira, 15 de abril de 2013

Adeus, até ao meu regresso






No mato, muito para lá dos sonhos, os rapazes esperam. África é uma prisão. O tempo passa no vagar do medo, na saudade de quem ficou em casa, na ilha, no adiamento do futuro.
O furriel madeirense mostrou-nos o seu diário da guerra. Num Bloco de notas, entre letras de músicas e registos pessoais, fomos desvendando os segredos da caserna, conhecendo os camaradas de companhia, percebendo os quotidianos e a importância de cada acontecimento.
O Araújo mostrou-nos as suas notas, momentos  de um rapaz que a Pátria mandou para longe, pedaços de uma história que vamos construindo, apoiados nos afetos e nas memórias, no espírito de aventura e no medo de não voltar.
Regressou vivo e bem. Como na prece do poeta de O Menino de Sua Mãe:
Lá longe, em casa, há a prece
Que volte cedo e bem
                      (Fernando Pessoa)


Goodbye! See you soon!


The boys waited hidden in the middle of the African jungle. There are no dreams there. Africa is a prison. Time is stuck with fear and memories of home and of the island almost fade away. Future has been postponed.
The Madeiran official has shared his war diary with us. It is a notebook where personal records are mixed with lyrics of songs. In the middle of these, we came across the secrets of the barracks and we were introduced to the company members and discovered the everyday habits and the importance of each event.

Araújo has showed us his notes, records of a boy that Portugal has sent to the far distant colonies to fight a war. This is a part of our history, memories embodied with affection and tenderness and also in fear: not coming back!

He has come back! Safe and sound! And as the poet has written:
 
Somewhere out there, at home, they are praying
So that I come back home alive.

                      ( Fernando Pessoa)


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